Transferência de R$ 88 milhões da Gafisa para Banco Master e Impactos na Família Klabin

Transferência de R$ 88 milhões da Gafisa para Banco Master e Impactos na Família Klabin

A história envolvendo a transferência de R$ 88 milhões da Gafisa para o Banco Master surge em meio às tentativas da família Klabin de recuperar valores de uma dívida. 

Esse movimento trouxe à tona uma série de operações financeiras complexas que envolvem fundos de investimento e empresas associadas ao empresário Nelson Tanure.

Tentativa de Bloqueio pela Família Klabin

Os herdeiros da família Klabin buscaram bloquear a conta da construtora, mas encontraram um saldo mínimo. 

Sem sucesso, voltaram-se para o fundo de investimento “Bergamo Multimercado Crédito Privado”. 

O juiz Castro Neves autorizou o bloqueio de cotas no valor de R$ 1,1 milhão, no entanto, a administradora do fundo, Trustee DTVM, afirma que os ativos não podem ser resgatados.

Defesa da Gafisa sobre as Cotas

A Gafisa argumenta que as cotas foram dadas como garantia de créditos obtidos junto ao Banco Master, e portanto, não podem ser penhoradas. 

A defesa de Amanda Klabin, uma das executivas buscando penhora, considera que o fundo é utilizado como uma forma de proteger patrimônio. No entanto, não há comentários adicionais das partes envolvidas.

Operação e Estrutura dos Fundos

O fundo Bergamo, antes de chamar a atenção dos credores, atuou ligando o caixa da construtora a empresas associadas a Daniel Vorcaro. Criado em 2019, o fundo recebeu R$ 138,2 milhões da Gafisa, que por sua vez, redistribuiu parte dos recursos para outros veículos financeiros, incluindo o fundo imobiliário Brazil Realty (BZLI11).

Investigações e Acusações

Executivos ligados aos fundos foram acusados pela CVM de conduzir operações suspeitas com as cotas do Brazil Realty. 

Embora o caso ainda não tenha sido concluído, alguns dos envolvidos buscam um termo de compromisso para encerramento do processo. 

A Gafisa manteve grandes investimentos no BZLI11, o que levantou questões sobre a transparência de suas demonstrações financeiras.

Consequências para a Gafisa

Em 2022, a Gafisa vendeu sua posição no BZLI11 para a Jaguar Investments, mas R$ 88 milhões dessa transação parecem não ter sido recebidos. 

Extratos mostram que o montante foi transferido para o Banco Master, porém, sem registro na conta da Gafisa

A alienação fiduciária das cotas, dada como garantia de empréstimo, é vista por especialistas como potencialmente prejudicial aos interesses dos investidores.

Risco de Falência

A dificuldade em penhorar bens da Gafisa pode levar a solicitações de falência, uma vez que a empresa já enfrenta ações de execução sem o devido pagamento ou garantia de bens. 

Esse cenário levanta dúvidas sobre onde estão os recursos da Gafisa, deixando os investidores e o mercado em estado de alerta sobre a saúde financeira da companhia.

Giovanni Medeiros

Sobre o Autor: Giovanni Medeiros

Giovanni Medeiros